Monkey pox : o que é variola do macaco? Como surgiu a variola do macaco? onde surgiu a variola do macaco? Essas perguntas são as mais comuns hoje no consultório.
A Monkeypox é uma doença oriunda do vírus Monkeypox e a doença foi inicialmente descrita em 1958. É um vírus e sua transmissão se dá basicamente por contato íntimo ou secreções de animais ou seres humanos infectados.
Apesar do nome estar relacionado ao macaco, deve se ressaltar que os primatas não são reservatórios do vírus da varíola. Os principais candidatos a reservatórios são os pequenos roedores (p. ex., esquilos) nas florestas tropicais da África. A doença é comumente encontrado nessas regiões e pessoas com a doença são ocasionalmente identificadas fora delas, normalmente relacionadas a viagens para áreas onde a Monkeypox é endêmica.
O primeiro caso em humanos registrado foi em 1970, na República do Congo. Já o atual surto, iniciou-se na Espanha e vêm se espalhando pelo Ocidente rapidamente, atingindo principalmente os homossexuais.
Nas últimas semanas, o número de casos da varíola do macaco aumentou rapidamente, acendendo um alerta nas autoridades de saúde de todo o mundo. Notou-se casos onde antigamente não havia circulação do vírus.
E qual o motivo de tanto pavor em relação a doença? Porque as pessoas ficaram ansiosas? Devido ao fato, que outra doença viral já erradicada, a varíola humana, ter o poder de causar muitas mortes quando se dissemina.
Porém apesar das semelhanças, a varíola do macaco tem menor potência letal, causando mais lesões pelo corpo, principalmente pele, orgãos genitais e ânus. Além disso, a taxa de mortalidade gira em torno de 3% dos infectados.
A transmissão entre as pessoas se dá principalmente por meio de contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados.
As erupções normalmente iniciam-se no rosto e depois se espalham para outras partes do corpo, principalmente os órgãos genitais. Os novos casos detectados apresentaram uma preponderância de lesões na área genital. A lesão cutânea passa por diferentes fases e parece muito com varicela( catapora) ou sífilis.
As lesões então viram uma crosta que cai com o passar dos dias. Assim que as crostas somem, as pessoas deixam de infectar outras pessoas.
Definição de caso de monkey pox
Com o surto de variola do macaco definiu-se como:
Caso suspeito: Pessoa de qualquer idade que, a partir de 15 de março de 2022, apresente início súbito de erupção cutânea aguda sugestiva* de Monkeypox, única ou múltipla, em qualquer parte do corpo (incluindo região genital), associada ou não a adenomegalia( aumento de gânglios) ou relato de febre.
E um dos seguintes vínculos:
– Histórico de contato íntimo com desconhecido/a(s) e/ou parceiro/a(s) casual(is), nos últimos 21 dias que antecederam o início dos sinais e sintomas OU
– Ter vínculo epidemiológico com caso suspeito, provável ou confirmado de Monkeypox, desde 15 de março de 2022, nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas OU
– Histórico de viagem a país endêmico ou com casos confirmados de Monkeypox nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas OU
– Ter vínculo epidemiológico com pessoas com histórico de viagem a país endêmico ou país com casos confirmados de Monkeypox, desde 15 de março de 2022, nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas.
A erupção característica associada às lesões da MPX envolve o seguinte: lesões profundas e bem circunscritas, muitas vezes com umbilicação central; e progressão da lesão através de estágios sequenciais específicos – máculas, pápulas, vesículas, pústulas e crostas; isso às vezes pode ser confundido com outras doenças que são mais comumente encontradas na prática clínica (por exemplo, sífilis secundária, cancro mole, herpes e varicela zoster)
O período de incubação do monkeypox pode variar de cinco a 21 dias. Por isso, recomenda-se um isolamento de 21 dias para pessoas diagnosticadas.
Sintomas da varíola do macaco/ monkey pox
- Febre
- Manchas na pele
- Dores pelo corpo
- Dor de cabeça
- Lesões na pele que surgem primeireiramente na face e depois, se espalham pelo corpo, preferencialmente nos orgãos genitais
- feridas no pênis
- presença de linfonodos aumentados ( ínguas)
- dores nas costas
- exaustão
- edema pênis
- proctite (dor anorretal, sangramento anal)
Sinais de Gravidade
Sinais de Gravidade (1 ou mais)
-100 lesões cutâneas ou mais
-Insuficiência respiratória ( falta de ar)
-Sepse ( infecção generalizada)
-Confusão mental
-Linfadenopatia cervical com disfagia( dificuldade para engolir)
-Desidratação
Diagnóstico
O diagnóstico da doença Monkeypox é realizado sempre através de exame laboratorial, por teste molecular ou sequenciamento genético. O teste para diagnóstico laboratorial deverá ser realizado em todos os pacientes que tiverem suspeição para a doença.
Ideal sempre coletar uma amostra da secreção da lesão. Quando as lesões já estão secas, o material a ser encaminhado são crostas das lesões. As amostras estão sendo direcionadas para os Laboratórios de Referência.
Diagnóstico diferencial
É fundamental uma investigação clínica e/ou laboratorial para descartar possíveis outras causas. Fazem diagnóstico diferencial para
MPXV as seguintes causas comuns de erupção cutânea aguda: varicela, escabiose, herpes zoster, sarampo, rubéola, zika, dengue,
Chikungunya, herpes simples, infecções bacterianas da pele, infecção gonocócica disseminada, sífilis primária ou secundária, cancroide,
linfogranuloma venéreo, granuloma inguinal, molusco contagioso (poxvirus), reação alérgica.
Tratamento da Monkey Pox
O tratamento da varíola do macaco tem como objetivo aliviar sintomas, prevenir e tratar complicações, além de prevenir sequelas. Se existe suspeita da doença, o paciente deve ser prontamente isolado, iniciado rastreamento de contatos e vigilância oportuna dos mesmos. O período de isolamento do indivíduo só poderá ser encerrado após o desaparecimento completo das lesões.
Apesar de ser considerada uma doença sem muitas repercussões para o paciente, pode haver desenvolvimento para a sua forma mais grave, levando à morte, especialmente entre os mais imunocomprometidos como as crianças, grávidas e imunodeprimidos.
Antivirais, como o tecovirimat podem ser recomendados para pessoas com maior probabilidade de adoecer gravemente, como pacientes com sistema imunológico enfraquecido.
Prevenção
Basicamente é evitar o contato com pessoas suspeitas e usar sempre preservativo, pois notou-se uma incidência maiores em pacientes que têm relação sem proteção.
Vacina da variola do macaco
A vacinação universal não é preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em países não endêmicos da doença, como o Brasil.
O governo dos EUA tem duas vacinas armazenadas – JYNNEOS e ACAM2000 – que podem prevenir a varíola dos macacos em pessoas expostas ao vírus.
Com o aumento de casos de variola do macaco no Brasil, o ministério da saúde tem procurado laboratórios no intuito de forncer a vacina para alguns grupos.
Muito importante frisar que a doença não acontece somente nos homossexuais como se tem afirmado continuamente por alguns grupos. O que acontence é que os primeiros casos que aconteceram no mundo, foram identificados nos homessexuais, e por ter se espahado mais rápido no grupo, devido provavelmente ao maior número de relações, interpretou-se que a doença era restrita ao grupo. Mas hoje, já considero como disseminada, e pode afetar a todos, inclusive há vários casos de crianças contaminadas devido contato com infectados( sem sexo no caso), chamada transmissão comunitária.
Sempre em caso de dúvidas com outros médicos, ideal sempre procurar um urologista
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